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E sem tabaco, que parei de fumar, olha só!
Não, caríssimo, não preciso de ajuda. É interessante como aprendemos a não precisar de nada e nem de ninguém.
É num estalar de dedos…doemos e, por nós mesmos, à nossa custa, desdoemos, que a vida é curta e há que seguir.
Acreditamos e, num átimo, já nada lá há para nossa estima, era já tudo imenso engodo, ainda quando éramos tolos, aliás por isso mesmo.
E aí, desafligimos, que a vida é isso, é tempo de tempo dar…e rimos… de quem ficou na esteira de que, para sempre, seríamos tontos, para sempre.
Gosto tanto, hoje gosto, de instigar os sábios…de me fazer a de ontem, quando ainda era a que chora, a que assenta.
Gosto muito, ai que gosto, quando exibo a que é(ra) triste…óh!
E os sábios, por serem sábios, afagam-me… de longe…desejam-me sorte e me querem bem…de longe… “que hoje não posso, que não estou muito bem, que a visita chegou, que a família chamou"...
É mesmo interessante como aprendemos a não precisar de nada e nem de ninguém.
WAndrade – 26/03/2016
quer dizer, alguém aí tem uma pastilha elástica para emprestar?
Passou à minha frente na fila da tabacaria…nem me viu…penso que nada via
O senhorinho cinzento trazia na mão o telemóvel, como quem sustenta algo muito precioso
Queria colocar saldo no aparelho.
A atendente meneou a cabeça em minha direção, mas passei a vez ao senhorinho cinzento.
Entregou 5€ mas era pouco, o tarifário só permitia o mínimo de 7,50€. Ele retirou a nota e disse que não podia. Aquele momento congelou para mim (para a atendente também); ficamos ali os três, parados, a vida parada num segundo triste de reticência.
Ele retirou-se, como entrou, vago.
Pedi o tabaco com a voz trêmula , a alma confusa e o pensamento embaralhado…
Consegui alcançá-lo já perto da saída e perguntei, palavras trôpegas, se não queria que eu o “ajudasse” a pagar o telefone.
Ele não olhou para mim, apenas disse que não, já não valia a pena. E foi embora.
Por alguns desconcertantes segundos fiquei ali, imóvel, talvez tão cinzenta por dentro quanto ele.
eu não digo que é um infeeerrno?