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*A pessoa vê uma foto minha e comenta que ficou satisfeita com o meu semblante "feliz".
Então, tá, obrigada!
WAndrade-06/11/2014
Olha, se tenho a lata de o tratar por tu, sem cerimónia,
assim, na frente de todos, é porque de dragões, espadas e lanças
também já tive o meu quinhão, trago fundido na alma o que
se lhe diga a respeito.
E também porque, um dia, sei lá, há tempos, já fomos próximos, lembras, não lembras?
Trazia-te enganchado no fio do pescoço, como meu pai, para saberem que
aqui tinha porto, não me viessem aldrabar o caminho,
nem destratar o sentimento, muito menos desacorçoar as fornalhas.
Perdemo-nos…perdi-me…atalhos e infernos, batalhas minhas, encontros duvidosos, devaneios.
Hoje lembro de ti, teu dia, num apelo de desencanto e esperança.
Salve! Salve Jorge*!
Wandrade – 23/04/2014
Com grande prazer e a alegria de um reencontro marcado pelas estrelas,
pelas folhas de um outono longínquo (ainda bem), divido com vocês,
meus 9000, esta escritora, cantora, dona de artes tantas: Vera Mello.
Algumas folhas de maple
resistem à crueldade do frio
elas me indicam o rumo do vento
o destino dos sonhos
o valor do acaso
meu tempo de ocaso
pra elas me visto
por elas caminho
por elas me atalho
e é delas que ainda me valho
quando desfolho
e insisto
Vera Mello, Montreal, Outubro de 2009
Ah, meu bom amigo, não sei o que dizer...
Depois de tanto tempo sem olhar para o espelho com os olhos das vaidades,
(sim, arranjava-se apenas lá para conferir se ainda não saía de casa
aos quadrados e às listras tudo num conjunto só), deu com aquilo.
Não ligou importância, afinal, há tanto tempo não tinha uma surpresa,
que pensou estar a passar-se, agora dos olhos, porque da cabeça…
Um pouco contra a vontade chegou mais perto a verificar e…
ora bem, suas sobrancelhas estavam voltando!!!
O último baluarte que a quimioterapia derrubara, voltava triunfante ao lugar que lhe pertencia.
Ficou ali a olhar praquilo, criança que ganha um doce inesperado, mas não pensou em tudo o tinha acontecido deste tempo para cá.
Apenas sorriu com o pensamento terno que lhe veio à cabeça,
“suas sobrancelhas estavam voltando…”
WAndrade – 03/04/2014
Madrugada quieta, esta, nada de apuros ou desresguardos,
apenas a sanidade do mesmo... o mesmo.
Sem surpresas... era o que teria de ser, afinal.
Um mínino de senso para dar à cabeça um naco que fosse de sossego,
já que o pretendido, ainda que sob os véus da não-querência,
tornou-o inalcansável e era isso o que lhe estava a embaraçar o sono.
E o tino.
WAndrade - 10/11/2013
Era mesmo um tipo esquisito
Como só tinha olhos para aquele amor,
fechou-se em copas…ases e ouros.
Mas não para a vida, que esta dava-lhe até algum gozo.
Algum bom par de pernas ainda lhe virava a cabeça, ora não?
Um bom par de olhos, mais ainda, porém disso não passava.
Passava os dias aguçando o sentimento, afiando o coração
para quando… para quando… o que mesmo?
Tinha esperança!
Era mesmo um tipo esquisito.
WAndrade – 19/07/2013
Meu amigo poeta, Velto Silva, de quem tenho um poema aqui,
disse outro dia que eu era uma "encantadora de almas".
Um carinho que agora retribuo.
Chamaste-me encantadora de almas?
Não, meu caro parceiro, nem por isso.
Apenas não me furto a olhar de frente para o que de frente está e não só,
Erma em mim, aprendi que falar é fácil e querer mostrar é ardil danoso,
aparentar é cadafalso, dissimular é fraqueza, esconder é grito,
silenciar é teia.
O vento atravessa-me notícias, olhares e vagares e, assim, vou desvendando
almas latejantes, distantes de serem calma.
Encantadora de almas?
Não, traduzo apenas os sentimentos soslaios e tristes
que alguém esquece vez por outra em mim.
WAndrade – 06/05/2013
Aqui do meu canto fico a me perguntar se vale a pena. Valerá?
Eu, por mim, dava acalanto, mar que chegasse e respeito. Alguma farra, que isso lá compete…e também do mais sincero sentimento, daquele que te põe, e só a ti, no centro, sabes?
Daquele que te dá orgulho de olhar para o lado e sentir-se pleno, arfante e rubro (ai, só de pensar…).
E mais, admirar, que sem isso não vive ou sobrevive qualquer achego.
Não posso amar quem por quem não sinto admiração, quem por quem não me enche o peito ao dizer: “é meu”!!! Tem coisa mais bonita do que dizer/pensar:” Foi meu amor que fez! Foi meu amor que disse isso! Foi meu amor que etc, etc, etc…”?
Mas para isso tenho que ver no meu amor mais do que momentâneas centelhas de apego.
O que incendeia e mantém brasa viva, põe e dispõe de competências variadas, não apenas de eloquências restritas, isso cansa, isso passa, isso tem muito por aí, finda quando apaga-se o cigarro. Arrefece, enfada e cai no nada nosso de cada dia.
Mas porque mesmo que comecei a falar disso?
WAndrade - 20/01/2013