Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Olá, amigos do Inferno! Terminado o estágio, hora de arrumações.
Dentro e fora do peito. Muito papel no lixo, fotos, roupas
(essas doadas), muita coisa antiga, que só trazia lembranças dolorosas de falsidades.
Mas, numa dessas oportunidades, encontrei esta letra que fiz em 1998. Tornou-se uma valsa muito bonita que, prometo, ainda hei de mostrar aqui.
Por ora, ficam os versos... as tintas.
Hoje, quando faço versos,
choro tinta no papel,
nem de longe o menestrel,
nem se assanha o instrumento.
Hoje, quando faço versos,
sou despejo de má água
e nas linhas só deságua
uma forma rascunhada de emoção.
Hoje, quando faço versos,
são meus olhos de um vazio...
nem calor, nem calafrio,
bordo e risco arremedos de ilusão.
Hoje, quando faço versos,
é a emenda de um soneto do amor demais,
faço prosa a minha troça por amar demais,
cansei!
WAndrade - 14/03/1998
É uma valsa.
Deita, amor meu, deita.
Deita que esta cidade quieta, de mim repleta,
espreita, zelosa, teu sono vazio.
Deita, amor da minha vida, descansa, aqui não te
alcança maleita malsã ou qualquer desvio.
Sossega sem pressa tua alma inquieta,
hoje discreta de sonhos e em eterno fastio.
Aqui a guarda é somente aos teus sossegos, nada te obriga,
a nada te obrigas, vem.
E apenas deita, minha vida, desliza, que há muito preciso
desta doce cantiga do teu ressonar.
WAndrade – 28/09/2014
Quando a cabeça já não tem tamanho, quando corpo, pensamento e alma
já são um imenso vale despovoado de sentido.
Buscar, em segredo, o bordado para encontrar-se outra vez.
Sonhar, silente, a moer as vontades, até triturar miudinho, a ver se lá passa.
É, se passa a vontade… ou se a vontade passa lá...
Agora? Agora daria a vida por aquela chave…
WAndrade – 02/09/2014
pega na vida e vem
Tinha hora que passava da conta
E jurava por tudo que de hoje não passava
Uma calada vasca ocupava-lhe os submundos malocados
Aqueles que nem Deus conseguia desvendar nos seus melhores momentos
Uma danação atenta, espreitava no ringue do peito, os próximos
movimentos do sentir mais puro para atacar.
E nessa hora, tomada de brio, por mais que tombada,
fisgava o segredo que a fada dos faustos cobrira-lhe a alma.
Um véu encantado, bordado de viço, guardado por elfos,
chamado esperança.
Wandrade - 15/02/2013