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O “Infeerrno” tem preferências, eu sei e bem sei, por isso deixo-o bem à vontade.
Sem parênteses, sem delongas e sem palhaçadas.
Aqui é a minha, eu disse a minha, rede social.
Aqui digo o que quero, do jeitinho que penso, aqui eu posso tudo.
Inclusive observar, coisa que eu adoro…
Aguardem...
Bom feriado e, como sempre, todos são bem-vindos!
Todos!
WAndrade - 05/10/2016
‘Tava mesmo vento, um cortante de todos os lados, puxou o mais que
pode a gola do casaco, a proteger o pescoço, e saiu assim,
sem medo daquela friagem.
Gelo já tinha há tempos no coração, não era novidade.
Novo mesmo foi aquele encontro, depois de tanto tempo, aquele olá,
oferecendo a cara a um beijinho.
Pensou que ali tinha coisa, mas deu de si educação e retribuiu o cumprimento.
Aquilo sim era gelo de sua parte.
Manteve o olá apenas e seguiu a sorrir de leve,
perante o espanto do outro lado.
Sabia que ali teria conversa, pressentiu o assunto mas não voltou nem a cabeça.
Há muito que tinha ciência do que seria falado e, sinceramente,
não lhe interessava nem um pouco. Não folgava o fracasso alheio.
Agora, nem pena tinha.
WAndrade – 18/12/2014
Juntava folhas, conchinhas, riachos, pauzinhos, madrugadas,
neves, bocados, silêncios e armadilhas.
Andava a coser uma manta, ornada com as pedrinhas
que também juntava.
Uma prenda, é…quando pronta estivesse, entregava.
Havia de cobrir-lhe os encanhos, que é de frente que se curam
os lanhos… os do peito, os da alma, os tamanhos, e também para
que soubesse, bem sabido, como foi ter juntado aquilo.
Depois, bem depois, sândalo, lavanda e carinho.
Se fosse o caso.
WAndrade – 14/01/2015
Só se fosse o caso…
O que leva e traz… leva e traz, invariavelmente.
O vento que lá ventou, aqui é conforme.
Sopra suas alcovitices, infla os balões da mexeriquice e traz
ais e uis de risadas, deboches, ironias e um qualquer anúncio,
à risota, sobre caras, vincos e assins.
Assim, para descanso da alma e branquejar do avalio próprio,
quer dizer, do carácter, é imperioso entender que não se leva
para a vida aquilo que vem amasiado com os copos.
De sempre em sempre, sempre tantos, faz-se papel de tolo,
lá, aqui, onde quer que cante ou conte o vento.
Ou o que leva e traz.
WAndrade – 25/01/2015
Nem chateação, nem aborrecimento. Nem pena, nem dó.
Talvez compaixão, que é de ter.
Bárbaro, em anseios das pratas, idolatra o fidalgo, aliciando-lhe
as benes, os apoios e a própria desgraça.
Alma acanhada assim definha, coitada, nem sonha o que lhe ceifa
o arbítrio, apenas zonza pelos cantos da vida, encalhada numa
estância alquebrada e fria;
incônscia e sem forças, deriva em si mesma…tonta…
Num escambo medonho e murcho, partilham-se sombras e foices…,
delusões…delírios entre aparências e bongôs.
Os descaminhos rebentam (aquilo que malgrado nasce…)
neste estirão sem norte, já vazio de figurantes
(desandos não rendem plateia).
Arrastos de um desenredo inanimado.
WAndrade-27/12/2014
então era isso?
Quer dizer, a pessoa escolhe o lado borbulhante da vida,
esculhamba com todo o afeto que você sente por ela,
não te dá um telefonema, muda de país, não te diz um “ai”,
durante anos não quer saber se você está vivo, não te manda
uma bosta de um sms sequer.
Aí, você melhora, levanta, melhora mais, revive, mostra a cara de novo, refaz a vida.
Aíí, sabe-se lá porque, a “maravilha” resolve, escrever no dia do teu
aniversário, reclamando que você “nunca mais disse nada”
e ainda querendo te dar lição de vida!
Aííí, você manda ela t- - - - n - c -.
Aí, você é mal-educado.
WAndrade-28/12/2014
Sem ter o que fazer, o tempo permitiu-se um prazer, esparramou-se
na praia e tirou um cochilo.
Espreitava de longe… marujos desabençoados e zonzos, brindavam
desfeitos e mazelas, numa algazarra abatida e agastada. Sem norte.
Deixou-se ali ficar... estava sol... via e dormi, via e dormia. Tinha…tempo.
Fazia o que melhor sabe fazer, passava; navios passam, arrepios também, febres idem.
O tempo? Ah, esse passa e repassa na frente o que atrás foi semente…
Os marujos? Já devem ter dado com o tempo e suas... conversas.
Agorinha ele acordou.
WAndrade-09/01/2014
É encantador.
O ser humano e suas essências que não mudam.
Uma vez nobres, para sempre nobres.
Tão consolador ver uma pessoa com carácter, haja o que houver.
Dá sentido à vida conhecer gente com fibra, aquelas que
não se vergam, seja o vento que for.
Até porque, como se sabe, o vento que venta lá, venta cá,
ou ainda, o vento muda, invariavelmente.
Pessoas que enfrentam suas vicissitudes com garra e olho no olho
dão-nos uma aula de vida. É o céu, sim senhor!
Aquelas que, independente da malha (ou do malho), têm a rectidão
de dizer errei, desculpe, não posso, quero ir…, socorro, me ajuda…
estas então são um aprendizado para o restante dos dias.
Sempre a aprender!
E sim, não há nada mais animador do que ver uma pessoa
a desfrutar da sua própria essência!
Bom, não é?
WAndrade-28/12/2014
lindo, hein?