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Ah, Girassol, quiseste-me o mal e o mal concebeste,
com peso, com raiva.
Só não percebeste que todo este que a mim fizeste,
escorre-te pelos olhos assim que a acaba a festa.
WAndrade 07/09/2014
Sempre!
Ganhei o lindo texto e a foto da minha amiga Rebbeca
"Um pé na vida outro na diversão. As cores são nossas.
Cada uma de nós traz a cor que lhe cabe.
Estás rodeada delas, arco-íris louco.
Sempre misturada. Sempre "arcorizada". És tu, enluarada.
Que trazes alegria à mesa. Um abraço meu,
Rebbeca"
Obs: minhas sapatilhas coloridas...
13/11/2012
Não.
Não quero falar contigo às pressas,
como se estivesse a fugir do meu próprio destino.
Quero apear-me à tua beira, largar longe as tamancas,
deixar soltos coração, alma e pés para poder voar baixinho,
quase rente, nas temperanças do teu bem-querer.
WAndrade - 08/11/2013
Tá, mas escreve por que?
Para dizer do amor que sente.
Tá, mas dizer por que?
Para lembrar que há portos que deságuam em águas brandas,
porém de viço.
Tá, mas lembrar por que?
Para que em noites sem lume e vida sem tino,
caminhe na direção das palavras.
WAndrade - 16/01/2013
Era para escrever poesia
Que esta rima com todos os sentidos
Era para escrever poema de vida
Que esta já não se apruma
Do jeito que demanda o vício
Era para escrever verso tonto
Que este inverga o jeito avesso de cada um
Era para escrever prosa, a rosa tão bela
Que esta dispõe de tempo para passar
Porque se fosse para escrever de amor
Fazia um texto escarrapachado
Com o nome dela encimado
Moendo um vazio no peito
Chamando Jesus de meu nego
Pedindo-Lhe comprazia à alma que já quase jaz!
(Nesse caso um bolero caía melhor)
WAndrade -07/2013
A vida é uma esquina, criança, se viras depressa demais
dás mais é com a cara na tua própria inconsistência, tem lá sua piada.
Se fores em aparentes dolências, beirando os ocultos universos das pragas,
periga essa quina que te rói a alma de raiva, a alma despregada de senso,
fazer-te maior nódoa do que aquela que pensas promover.
Estragas, criança, com esta lança que te farda o lombo descaído,
apenas a tua amarga procura de vida.
Pois não causas, nem de longe a maleita pretendida.
WAndrade – 12/07/2013
Há muito tempo que aprendera a decifrar aquele imenso silêncio.
Era o último aviso!
Era assim que desvelava o que já ruíra lá dentro, dentro do peito.
Era assim que sempre começava uma nova história.
Sabia bem que em tal quietude já ardiam vontades outras,
nenhuma astúcia seria renovada , qualquer tentativa
de amparo era escusada,
toda malícia estava agora esgotada…
É, aprendera a decifrar aquele imenso silêncio,
o silêncio só se entrega a quem ele sabe que o vai traduzir.
WAndrade – 20/04/2013
Ao contrário do que transparece, o silêncio prudente e o descaso compelido
enfatizam o que já passa das bordas do esconderijo imposto e malgrado.
Fazer de conta é para quem aguenta o abalo, ainda que de dentes serrados.
Guardar a vontade no baú das esquecências
é para quem sabe de cor e salteado o soletrar do nunca mais
e nunca mais só faz sentido quando não é forjado no orgulho
mas sim construído de certezas.
WAndrade – 15/04/2013
De que adianta não ligar se o pensamento não sai de lá?
(E no pensamento não há quem (ou o que) “mande”, baby!)
Rimazinha sem vergonha, mas verdadeira, ô!!!
Não acelerou... segurou o pé, deixou-se levar.
Era quase tarde, muito frio e não sabia porque resistia. Pensava nela. Ai que de vez em quando vinha um pensamento...
Como estaria? Estaria bem? Era tão reticente, sempre...
Aquela sensação estranha de não querer pensar nela...resistir...
Mas lá vinha o pensamento de novo, as perguntas,
e o reconhecimento de que fizera uma besteira sem tamanho.
A vida desandada e o pensamento nela, agora tão distante,
tão elegante e... inacessível...
Como pudera enganar-se tanto? Tão infantil...ai, que raiva...
E o pensamento destravado, a estrada deserta...cansaço...
Onde ela irá amanhã?
Na hora não percebeu bem, mas aquele desconforto eram, sim, ciúmes...
Ela ia sair? Com quem? Fazer? Onde?
Quis ligar, saber, assuntar...mas não daria o braço a torcer, jamais daria o primeiro passo... não, isso nunca...
O desandar da vida nunca lhe pareceu tão grande...
WAndrade - 02/2011