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Um dia você vai ter que parar de ignorar o óbvio.
Um dia você vai ter que olhar para esses olhos e ver-lhes a tristeza,
as rugas, o baço que eles lhe devolvem.
Vai ter que parar de fingir que era isso e olhar à sua volta, o caos.
Um dia você vai ter que parar e ouvir o seu amigo.
Vai ter que encarar o deserto que é a sua alma.
E perceber o que o seu medo fez com o que era bom em você.
Vai ter que abrir as suas janelas e ver o seu próprio horizonte,
aquele que você desejou.
Um dia você vai ter que parar de rezar este credo
que mais lhe assombra e inquieta.
Vai ter que parar de abrir mão, parar de disfarçar alegrias, parar.
Parar!
Um dia você vai ter que parar naquela rua.
WAndrade
A tua alma boa não permite, ainda bem, que percebas
os meandros abandonados dos corações que são tristes mas não o admitem.
A coisa toda é muito simples, ontem eu acordei com saudades tuas, preocupada, sem saber bem porquê (depois o soube). O que eu fiz?
Te procurei, mandei mensagem, liguei e conversamos (uma conversa de afectos e carinhos e muito riso, como sempre).
É isso, quem se preocupa, procura, simples assim.
Rotas palavras de impressionar são apenas o que são, não valem o dízimo; descartáveis, deixam apenas um rasto…de sombra.
A mesma que escolta o abatido caminhar de agora.
Não o sabes, é claro, pois há quem sorva o orgulho como a uma sopinha farta e quente num dia de frio e chuva forte. Há quem encapote os próprios desassossegos, oferecendo silêncio
e dessaber, acreditando doer menos.
Há aqueles que acreditam que o amanhã só chega para os outros.
A arrogância dos desabitados.
Impressão nem de longe errada. Já era esperado.
WAndrade – 17/10/2014
E o Inferno ultrapassou os 12.000 amigos.
Agradeço a todos, a quem vem às vezes, a quem vem
todos os dias, a quem vem conferir se há coisas novas,
aos que se revêem nas escritas, nas poesias, nos cartoons,
àqueles que comentam, aos que conversam comigo por email,
aos que já tornaram-se amigos, “sócios” do blog.
Continuo a dizer, TODOS são bem-vindos, o Inferno não é só meu,
confirmo isso a cada nova partilha.
Aquilo que escrevo não é apenas a minha vivência,
mas a de muitos de vocês e é isso que mais faz sentido para mim,
é isso que me faz continuar. Não conto com milhões,
conto com quem sente e isso, graças a Deus, há muito
por aqui neste canto tão meu.
Só para lembrar, há uma caixa geral de comentários na coluna
da direita e os comentários nos posts estão liberados
(para os anónimos de plantão…rs).
Há também uma caixa de procura por tags (são mais de 1.000)
e por posts. Estão à vontade, o Inferno é livre para quem quiser interagir.
No mais, um abraço apertado, um grande muito obrigada
e um imenso bem-hajam,
Wania Andrade
Tinha tudo o que queria, tudo tinha,
plata, salientes e borbulhanjas,
tinha mesmo, mesmo tudo…
então porque é que, de uns tempos para cá,
tinha que ir buscar o pensamento, pela gola,
longe, lá longe?
WAndrade – 01/03/2014
Um dia destes de frio, de vento e chuva,
roubo-te outra vez só para mim.
Teu cheiro-sândalo, o gosto-pimenta,
a pele-cetim e mais, o mais…
pois cada detalhe de ti vale o risco, a reprimenda.
Sentir-te um'outra vez - que seja a última - vale o viver da vida.
WAndrade – 01/03/2014
E assim seguia, pousando as novas lembranças
por cima das que mais queria,
a ver se habitava a alma
e o coração se lhe desdoía.
WAndrade – 25/02/2014
E então recebo, num email emocionado, esta linda resposta do meu primo:
"COISAS DE PRIMA
Fazes-me chorar...
Desafiando a armadura que ardia e não sangrava.
Fazes-me chorar...
Porque sabes da pureza do que é guardado.
Porra! Fazes-me chorar!
By Pirulito.
(Vanderson Souza – 13/02/2104)"
Sem os óculos, mal viu o número no telefone,
atendeu e, do outro lado, alguém perguntou pelo passado.
Sem hesitar e com voz firme respondeu, não, não é, deve-se ter enganado .
A pessoa agradeceu e desligou. Desligou também.
Só passados alguns segundos percebeu que o coração permanecia
comportado, que as mãos ocupadas, assim continuavam, sem tremer.
Reparou que nem tinha parado o afazer e que pousou o telefone no lugar de sempre.
Levou alguns minutos para atinar o nome que ouvira e que não lhe causou um susto sequer.
Só um bom tempo depois é que sentiu os olhos molhados.
WAndrade – 04/02/2014
Não.
Não quero falar contigo às pressas,
como se estivesse a fugir do meu próprio destino.
Quero apear-me à tua beira, largar longe as tamancas,
deixar soltos coração, alma e pés para poder voar baixinho,
quase rente, nas temperanças do teu bem-querer.
WAndrade - 08/11/2013