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E disse o bom escravo da Sra Da. Carochinha: -"Bom, depois do que vi, minha senhora, só resta seguir o conselho da vossa querida prima."
Ao que responde o Sr Ministro Dom Bugalho:
"Estou aqui, para mim não passou, a porta está aberta (sempre esteve), sem problemas ou orgulhos...doí, aprendi, cresci, me refiz e sempre com a tua imagem na cabeça e no coração.
Esta é a minha mensagem, já que a tua procura é visível. Venha quando for, sem pressões e sem medos, que desses já me livrei faz tempo. Eu sei o quanto precisas de alguma certeza e carinho, que aqui tens e terás sempre. Não, não é segredo como a tua vida de agora te faz infeliz e sem rumo... apesar de todas as abastâncias (?)."
WAndrade - 27/08/2016
E sabe por que? Porque...
podem todas as rosas estar abertas e até Versailles estar em festa.
Pode o riso adornar o que se entende. Entende-se.
Pode a palavra enfeitar o fastio, que para isso (também) é regra.
Pode o prazer desembrulhar-se em pequenas bolhas...
pilhérias da vida…
pode o vôo ser maior que a asa.
Tudo pode…até a saudade ser mais forte que o silêncio.
Contra isso nada pode!
WAndrade-15/11/2014
Mas esteve todo o tempo aqui, por aqui tudo. Era a simples questão de ver.
Sem ressábios, na certeza de que a chegada seria sempre bem-vinda.
Era um tantinho de procurar e pronto, o beijo guardado em folhas de
alfazema, o abraço prontinho e silencioso, que assim apraz.
E paz, semeada em terras de solidão, brotada mansa, como agora precisa.
E mãos de abrigo que brincam de esperança,
sem pressa, borboletas assanhadas, mas nada de assustar,
que o momento é de remanso.
E tem carinho, tem cuidados, tem sorrisos, incensos, lavandas
e mais o que a saudade ensinou a guardar com zelo.
Esteve todo o tempo aqui, por aqui tudo. Era simples questão de vir.
WAndrade – 27/09/2014
ainda é...
Acordou, olhou para o lado e soube, tinha que atravessar o deserto.
Não importava o incerto do destino, mas tinha lá o que fosse certo na puta da vida?
Tinha. Problemas, contas e… saudade.
Mas era uma saudade tão dolorida, tão desajeitada, que evitava pensar.
Disso já tinha que bastasse.
Fugia desse sentimento mal ele lhe abordava, ainda que de leve. Indelével.
Qualquer solta consideração neste sentido, arredava para longe com força,
enfiando o que fosse naquele vão intrometido.
Mas tinha que atravessar o deserto, era lá, sabia bem, sempre soube.
Sabia que era ali, depois daquela curva lá, depois da esquina…
Lá, antes do deserto, viveu o que agora era apenas, do mais, seu maior desconhecido.
Paz.
WAndrade – 04/09/2014
O que os olhos não vêem aparece nas rugas, nas olheiras e na insónia,
no nervoso miudinho, na resposta impaciente, na alegria inapetente.
O que os olhos não vêem azucrina o dia-a-dia e age na covardia,
na saudade que espreita sem fazer alarde,
no silêncio que põe a devorar-lhe as vontades.
WAndrade – 17/07/2014
Sabia que estava mal-feliz.
Não precisava que alguém o dissesse.
Sentia, apenas sentia...
Não que fosse infeliz…algumas coisas até tinham, ainda, uma certa piada,
mas… estava gasto, desiluminado, qualquer coisinha era já uma impertinência.
Um quase inquieto, ali, no fundinho do peito, desequilibrava
os pensamentos, a sensação de precipício que conhecia bem.
Aquilo estava mesmo a dar para o torto, sentia-o nos pequenos
desandos diários.
A falta dos ares frescos daquelas promessas, postiças agora sabia,
já não causava, senão, cansaço.
Tinha que admitir, aquilo estava a perder lugar na sua vida,
nem as tentativas cambaleantes interessavam mais...
sabia, sabia que estava mal-feliz...
as enormes madrugadas de agora eram a prova disso.
É, ouvir aquela voz, depois de tanto tempo, fez todo o sentido…
WAndrade – 06/06/2014
Era para escrever poesia
Que esta rima com todos os sentidos
Era para escrever poema de vida
Que esta já não se apruma
Do jeito que demanda o vício
Era para escrever verso tonto
Que este inverga o jeito avesso de cada um
Era para escrever prosa, a rosa tão bela
Que esta dispõe de tempo para passar
Porque se fosse para escrever de amor
Fazia um texto escarrapachado
Com o nome dela encimado
Moendo um vazio no peito
Chamando Jesus de meu nego
Pedindo-Lhe comprazia à alma que já quase jaz!
(Nesse caso um bolero caía melhor)
WAndrade -07/2013