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Olha, se tenho a lata de o tratar por tu, sem cerimónia,
assim, na frente de todos, é porque de dragões, espadas e lanças
também já tive o meu quinhão, trago fundido na alma o que
se lhe diga a respeito.
E também porque, um dia, sei lá, há tempos, já fomos próximos, lembras, não lembras?
Trazia-te enganchado no fio do pescoço, como meu pai, para saberem que
aqui tinha porto, não me viessem aldrabar o caminho,
nem destratar o sentimento, muito menos desacorçoar as fornalhas.
Perdemo-nos…perdi-me…atalhos e infernos, batalhas minhas, encontros duvidosos, devaneios.
Hoje lembro de ti, teu dia, num apelo de desencanto e esperança.
Salve! Salve Jorge*!
Wandrade – 23/04/2014
Não sei quem ficou mais emocionada, eu ou ela, que, de dentro daquela
sua seriedade constrangedora, recebeu-me com festa.
Há dois anos éramos duas estranhas, duas forças que,
sabe-se lá por quais bordados, tiveram que aliar-se para vencer.
Foi o destino? Foi a vida? Foi a mudança da maré?
Não sei e nem importa.
Com a voz firme de sempre mas com uma alegria que eu jamais conheci, diz-me ela*:
-“Pronto, sua próxima consulta…abril de 2015!
Acabaram-se as consultas semestrais”
Não sei quem estava mais emocionada, ela ou eu.
*Drª Tania – A outra mão firme da minha radioterapia.
WAndrade – 16/04/2014
Sinhá, ô sinhá! Abre a janela, sinhá, olha que dia lindo!
O sol entrega-se terno nesse domingo folhado.
Sinhá, ô sinhá! Abre a casa, sinhá, tá sol, tá sol!
Mas antes, sinhá, ouve o que eu digo, abre o olho, sinhá!!!
WAndrade - 27/10/2013
Aplacar a culpa, a vida rota e a desilusão.
Aumentar o quinhão do dízimo que impôs, crendo assim,
seguir caminho reto.
Ledo engano, pior destino.
Bem pior deitar a cabeça (de dia erguida num falsar dolorido)
no travesseiro caro, que ainda assim lhe debanda o sono.
Bem pior o reflexo do qual não pode fugir todas as manhãs,
olhar nos próprios olhos e ver quão vazia e solitária tornou-se a estrada.
Tudo o mais, quase, la plata oferece, adula, alcança, até delicadeza!
Sim, os haveres impõem robustez de caráter, vigoram, por momentos,
o gorado, que o decadente nababo, em sua alma inconsistente... não vê.
Não quer ver e jamais admitirá que o solo impoluto que escolheu arar,
logrou-lhe apenas era encardida.
Então impõe silêncio e distância, supondo que tal postura conceder-lhe-á o
salvo conduto de alguma credibilidade.
Ledo engano, pior destino, agindo assim assina com letras graúdas o fiasco
que comprou prodígio; sanciona e lavra a lesa que fiou em ouro,
ficando exposto aquilo que sempre se soube.
WAndrade - 15/10/2013
Só tenho a agrdecer aos amigos que visitam, comentam,
mandam emails e vivem comigo este "inferno"
nosso de todos os dias...ainda bem! Obrigada a todos! Com carinho,
Wania Andrade
Não ir é sinal de não querer ver, conferir,
Não querer ver é saber o tamanho da frincha sem doma,
do ardil engendrado que no fundo ressoa.
De frente à verdade , é saber encarar?
Não ir é sinal de não querer ver, conferir,
sangraria mares por reconhecer o tão fundo, perigoso e... óbvio!
WAndrade - 01/2010