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Olha, se tenho a lata de o tratar por tu, sem cerimónia,
assim, na frente de todos, é porque de dragões, espadas e lanças
também já tive o meu quinhão, trago fundido na alma o que
se lhe diga a respeito.
E também porque, um dia, sei lá, há tempos, já fomos próximos, lembras, não lembras?
Trazia-te enganchado no fio do pescoço, como meu pai, para saberem que
aqui tinha porto, não me viessem aldrabar o caminho,
nem destratar o sentimento, muito menos desacorçoar as fornalhas.
Perdemo-nos…perdi-me…atalhos e infernos, batalhas minhas, encontros duvidosos, devaneios.
Hoje lembro de ti, teu dia, num apelo de desencanto e esperança.
Salve! Salve Jorge*!
Wandrade – 23/04/2014