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Pesquisa e Arquivos [2] Agora, com os fios do bordado nas mãos, com eles não sabia o que fazer. Aflição de ter a vida no emaranhado de linhas, puxava uma, que agarrada na outra, fazia nó. Desprendia a seguinte e esta, desdobrada em várias, passava por dentro de mais duas… sem caminho. Até nos pés as tinha, as linhas, senhor, as linhas. A quem comprou certezas tantas, as destrezas do destino não deveriam espantar. WAndrade – 25/09/2014 É 11 de maio de 2015 Acordou, olhou para o lado e soube, tinha que atravessar o deserto. Não importava o incerto do destino, mas tinha lá o que fosse certo na puta da vida? Tinha. Problemas, contas e… saudade. Mas era uma saudade tão dolorida, tão desajeitada, que evitava pensar. Disso já tinha que bastasse. Fugia desse sentimento mal ele lhe abordava, ainda que de leve. Indelével. Qualquer solta consideração neste sentido, arredava para longe com força, enfiando o que fosse naquele vão intrometido. Mas tinha que atravessar o deserto, era lá, sabia bem, sempre soube. Sabia que era ali, depois daquela curva lá, depois da esquina… Lá, antes do deserto, viveu o que agora era apenas, do mais, seu maior desconhecido. Paz. WAndrade – 04/09/2014 Quando a cabeça já não tem tamanho, quando corpo, pensamento e alma já são um imenso vale despovoado de sentido. Buscar, em segredo, o bordado para encontrar-se outra vez. Sonhar, silente, a moer as vontades, até triturar miudinho, a ver se lá passa. É, se passa a vontade… ou se a vontade passa lá... Agora? Agora daria a vida por aquela chave… WAndrade – 02/09/2014 pega na vida e vem Não. Não quero falar contigo às pressas, como se estivesse a fugir do meu próprio destino. Quero apear-me à tua beira, largar longe as tamancas, deixar soltos coração, alma e pés para poder voar baixinho, quase rente, nas temperanças do teu bem-querer. WAndrade - 08/11/2013 Hoje acordei com uma notícia não boa, nada que já não se soubesse ou esperasse. Mas não gabo o desastre alheio jamais, até porque acredito e muito na lei do retorno. Acredito que o que pensamos ou fazemos, de bom ou não, na virada, encontra nossa porta e entra sem cerimônias para fazer, digamos, o devido acerto de contas. Certo é que tempo vira, a lua mingua e vento muda. Certo também é que o vento que venta cá venta lá. Mas isso não dá a ninguém o direito de saldar com pompa o sinistro do outro, mesmo porque o nosso já pode estar a caminho. Enfim... não é porque o que era óbvio acontecer se concretiza, que se vai cantar loas ao desdestino do sujeito. Ao contrário, sempre tenho à vista cordas, abraços e mãos, desde já para qual seja a precisão. WAndrade - 05/11/2013 Te amo, espanhola! Até logo, adeus, não. Teu olho que teimou em não brilhar Desviou-se do meu, apagou-se, isto sim, na hora final Tua mão que ficou no ar, à espera da minha, Não pude... não te poderia tocar, susto... A canção que ficará entre mares...marés... Querias, eu sei, curioso aquele último olhar... Te amo espanhola! Cuida também de ti Por aqui, vou àquele fino, prometo. O que não prometo é aqui voltar, sabendo-te longe... Se não sabemos o que é, o que será, pra que? Ai, a placidez do teu olhar, mentias, espanhola, doías, Tanto ou mais do que eu... E, tanto quanto eu, sabes que isso ainda agora começou O destino é sábio, disseste-o com os olhos molhados Tanto quanto eu. WAndrade - 08/07/2011
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