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Acordou, olhou para o lado e soube, tinha que atravessar o deserto.
Não importava o incerto do destino, mas tinha lá o que fosse certo na puta da vida?
Tinha. Problemas, contas e… saudade.
Mas era uma saudade tão dolorida, tão desajeitada, que evitava pensar.
Disso já tinha que bastasse.
Fugia desse sentimento mal ele lhe abordava, ainda que de leve. Indelével.
Qualquer solta consideração neste sentido, arredava para longe com força,
enfiando o que fosse naquele vão intrometido.
Mas tinha que atravessar o deserto, era lá, sabia bem, sempre soube.
Sabia que era ali, depois daquela curva lá, depois da esquina…
Lá, antes do deserto, viveu o que agora era apenas, do mais, seu maior desconhecido.
Paz.
WAndrade – 04/09/2014
Quis o vento, o mar, a terra inteira a seus pés, os moinhos.
A lua, não fazia questão, mas por inteiro o céu para voar ilimitado,
porém o pensamento desgovernado não atinava que só aprende
o vôo quem dá valor às asas que tem.
Quis…as noites, as ruas, braços, percalços viessem, quis.
Incauto de verdades, o coração era inteiro um desguardo,
no fundo, no fundo, vivia num deserto, rodeado de lacunas, oco.
Mas queria era função, arredar do pensamento o que fosse ponderável,
fazer da vida um infindável navegar de nadas e assim instigar, por certo, alguma graça.
Pois é, quis e apostou alto todas as fichas…
No destrambelho em que agora se encontrava, farsava
a alegria dos inebriados como verdadeira fosse.
O coração? Este, vagava pelo peito ainda mais deserto, descalvado e vago,
caído em desabrigo…
Céu ilimitado como queria… de vazios.
Pois é!
WAndrade – 19/03/2013