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Ah, Girassol, quiseste-me o mal e o mal concebeste,
com peso, com raiva.
Só não percebeste que todo este que a mim fizeste,
escorre-te pelos olhos assim que a acaba a festa.
WAndrade 07/09/2014
Sempre!
Tão certo quanto este dia chuvoso que anoiteceu com estrelas, olha só!
Tão certo quanto o tempo, invariavelmente, traz consolo.
Tão certo quanto “nada como uma noite mal dormida”,
o mundo dá voltas...
Praga? Maledicência? Não, apenas a vida a falar por si mesma.
Tão certo.
WAndrade – 24/04/2014
Queria escrever algo que fosse definitivo, reto e que não deixasse dúvidas,
porque nem tudo o que parece é ou parece ser.
Às vezes é preciso fintar a realidade para chamar a atenção daquilo
que é sonho, é preciso não dizer para ser compreendido,
é preciso enganar para ser observado.
E porque nem sempre se pode e nem sempre se perde, há que ir levando
em jeito de aceitação aquilo que o coração abafou mas não conseguiu calar.
Fui clara?
WAndrade – 10/08/2013
Conhecia-lhe bem aquele alhear-se do mundo
e como abismava o em volta, num mergulho profundo no vítreo encantado e luzidio.
Sabia quando tentava apaziguar a balbúrdia do seu lá de dentro,
encopando-se em imensos silêncios concentrados.
Abstraía-se num seu secreto como uma fera ferida por si mesma.
Conhecia-lhe bem o olhar desinquieto, passarinho de asa partida
que ainda que as tivesse sãs, não saberia para onde voar.
Traduzia-lhe os olhos desabitados, nus como o vento,
nus como agora.
WAndrade – 03/03/2013