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Falta repertório. Ou melhor, nem é que falte, é a mesmice do próprio, passam-se os anos e nada muda quando o assunto é o que já findou e não se sabe como, digamos, despachar (no bom sentido, claro!)
Fica aquela pasmaceira, aquele desquerer monossilábico que não diz que não mas também não aponta para o sim (fim?).
Não há briga… nem contentamento sincero. Não há corte…nem apaziguamento, apenas aquele rebuçado de mofo rolando no meio da língua, nem engole nem regurgita, quando muito, inventa um não sei que de “deixa disso, me abraça”, mas já sabendo o fogo extinguido, cinzas.
E aí a cantoria se repete, não sei… pode ser… meu bem… mas nada que venha com gana ou gozo, apenas o continuar de uma situação de pouco grado, onde já não há caminho.
Ainda se tenta ir à Bahia, molhar os pés ou sacudir o esqueleto… porém nada mais brilha (se é que um dia deu lustro), nada futura-se agora.
Falta repertório. Ou melhor, é o mesmo, o de sempre, o que não muda. E o sorriso descora, o prazer desbrota e a educação aflora (perigo!!!)
E um breve olhar para o passado mostra que este foi sempre, desde sempre, o “MO*” do desagravo.
Senta aí.
WAndrade – 16/08/2014
*Modus Operandi
“Aquele turbilhão silencioso no pensamento, incómodo como um joanete…"
Riu-se da própria imaginação, um joanete no pensamento…devia doer!!!
Poesia já não era, mas tinha criatividade…
e tudo o que queria era falar de saudade…
WAndrade – 24/02/2014
Coincidência? Presságio? Desejo?
Não, apenas a vida a imitar a arte.
Fotografei este grafite numa parede em Salamanca.
Olha, não brota do chão feito plantinha miúda,
nem cai do céu como passarinho;
também não é obra do pai do céu, ainda que eu ainda acreditasse nele.
E também não é de graça, custa às vezes até o ar…
precisa fazer sentido, ou sorriso, ou chorar um tanto assim,
e tem que fazer gosto e ser deleite do presente,
também nunca é sempre, é, sim, quando o coração, já sem espaço,
começa a espaçar o compasso, pronto, prontinho a vazar.
WAndrade – 17/02/2014
E então recebo, num email emocionado, esta linda resposta do meu primo:
"COISAS DE PRIMA
Fazes-me chorar...
Desafiando a armadura que ardia e não sangrava.
Fazes-me chorar...
Porque sabes da pureza do que é guardado.
Porra! Fazes-me chorar!
By Pirulito.
(Vanderson Souza – 13/02/2104)"
…finalmente o primeiro dia de sol… do ano.
Dois meses de chuva , desde o Natal…
e, claro, tinha que ser num domingo, o pior dos dias para reinventar….
Tantos na praça, atletas, crianças, cães, bicicletas, casais, eu e o sol.
Tomás, o labradorzinho preto, fez-me companhia um bom tempo,
engraçado com meus exercícios e corridas…ávidos de luz, ele e eu.
Todo em Sol, sorrisos, brincadeiras, acho que em cinco minutos dei uns
vinte e cinco “bom-dia!” Metade deles não sei a quem, não importa,
o dia está bonito, frio ainda, mas tudo compostinho!
Olha, até o afiador de tesouras apareceu com sua flauta mágica!
No mais, estender a alma na grama ainda úmida… ao sol!
WAndrade - 16/02/2014
E agora conseguia endireitar os ombros e olhar a praça adiante.
Já não era o chão que guardava os seus segredos.
Dos pensamentos esquerdos já safava-se, não sem luta, mas era um começo.
Sol ainda não havia, mas na chuva também há abrigo, é tentar.
Agora desenhava por cima das pedras as pequenas novidades,
inaugurando a alma um pouco a cada dia, tinha dias…
Agora fazia das suas…
suas pequenas fantasias.
WAndrade – 13/02/2014
Então averba a felicidade e
regista o estar bem para a nobre (?) posteridade íntima
e exibe a chapa bem aparentada, que cruel…
Assevera doses de um alegreto inventado, que demonstrem
aos olhos alheios, o que os próprios evitam guardar.
Acredita, ah, no que lhe inflama o cobiçoso…carece.
É, nao há mesmo nada como um dia atrás do outro.
Que é da flor de outrora?
WAndrade – 13/01/2014