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Pesquisa e Arquivos [2] "No oyes ladrar a los perros." Dava-te o mundo, os meus cristais e as pedras da “imensa”, lembras? Sim, minh’alma dava-te! Mentira, meu amor, queres saber? Dava-te um beijo tão profundamente apaixonado que acreditavas e cedias-me a honra de abandonar-te nua, desabraçada e nua, à minha espera, como o fez la reina de las siete rasteiras… Não regressarei, minha princesa, digo-te já, e sairei ilesa como os ladrões do adro, sim, aqueles que juraram à beira da praia, os torpes, os vendidos, os trocados, as ladras e até o cliente de Caronte. Com eles aprendi a ser cruel como os deuses e leal como as serpentes, que são o que são, sempre, e embora troquem de pele, permanence-lhes o estilo, mas são o que são, não iludem, não prometem sob a luz da lua, nem ao raiar do dia, enfim… mentiras meu amor, para sempre mentiras. Ouvirás os tambores, pois que à terceira é de vez, não lhes ligues, não, são mentiras, minha lindeza. Drogar-te-ão, meu amor, ferros, velas, ervas e…mentiras, como sempre, mentiras, promessas à beira-mar, não creias, meu amor, são dálias, são dálias para Maria, não creias, estão mortas. Dava-te o mundo, minha menina, os meus cristais e as pedras da "imensa", lembras? Mentiras, meu amor, tudo mentira. Dorme, meu amor, apenas dorme… "No oyes ladrar a los perros." WAndrade - 21/03/2021 O meu inferno tem gosto. De algodão doce misturado com dia de sol. De beijo molhado de chuva, de boca, de mar De gelado de flocos com saquê O meu inferno tem gosto. De terra, molhada, sabe? Aquela com cheirinho de nós mesmos, crianças De manga, chupada na varanda, escorrendo até o cotovelo e de risada no meio da alma, lavada… O meu inferno é cerveja gelada com linguiça frita, bem picante e papo furado, papo do largo, papo de amigo que junta contigo na hora que for O meu inferno tem gosto. De tinto maduro e lareira, douros em flor de amendoeira, de neve enfeitando a janela, de praia a cinquenta graus. O meu inferno tem gosto. De pão com manteiga, quentinho De pão com chouriça, quentinho O meu inferno é meu céu despenteado, meu cadarço desapertado, meu cachecol bem trançado. O meu inferno é a coisa mais linda, mais cheia de graça*, com quatro paredes caiadas e um cheirinho a alecrim**. O meu inferno é o que somos todas as eu, é a soma que faço de mim. *Garota de Ipanema – Vinícius de Moraes e Tom Jobim ** Uma casa portuguesa - Amália Rodrigues WAndrade - 25/02/2013
Ladras
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Inferno na primeira pessoa
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Wania Andrade - Palestra Gestão de Conflitos
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