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E sabe por que? Porque...
podem todas as rosas estar abertas e até Versailles estar em festa.
Pode o riso adornar o que se entende. Entende-se.
Pode a palavra enfeitar o fastio, que para isso (também) é regra.
Pode o prazer desembrulhar-se em pequenas bolhas...
pilhérias da vida…
pode o vôo ser maior que a asa.
Tudo pode…até a saudade ser mais forte que o silêncio.
Contra isso nada pode!
WAndrade-15/11/2014
E nunca mais a gargalhada boa de acompanhar.
D’algumas coisas até surgiam lá alguns esgarços na boca,
mas a gargalhada, A gargalhada, não mais.
Mudaram-se, (donde?) os miúdos diamantes, hoje desvanecidos,
que eram estrelas crianças, traquinas e soltas, quase, quase bandidas.
A flauta em Sol, tão bonita, agora apenas um sonido destonado
rouco e sem vigor.
Tudo aquietou-se na maturidade das tristezas conquistadas.
Então era isso?
WAndrade – 06/09/2014
Há muito tempo que aprendera a decifrar aquele imenso silêncio.
Era o último aviso!
Era assim que desvelava o que já ruíra lá dentro, dentro do peito.
Era assim que sempre começava uma nova história.
Sabia bem que em tal quietude já ardiam vontades outras,
nenhuma astúcia seria renovada , qualquer tentativa
de amparo era escusada,
toda malícia estava agora esgotada…
É, aprendera a decifrar aquele imenso silêncio,
o silêncio só se entrega a quem ele sabe que o vai traduzir.
WAndrade – 20/04/2013
Ah, não…não digas nem penses o que, fatalmente,
te queimará a língua inexata e a alma malsã de hoje.
“Não quero… nunca mais… nem que fosse o último ser humano sobre a terra…Deus me livre!”
Afasta do pensamento, agora amargo, tais impropérios
que só machucam a quem os proferem.
Quando esta manhã espalhar em ti de novo o viço deste sol
que desdenhaste; amanhã, quando teu coração arrebatado outra vez,
aquietar-se, aos poucos, do momento do amor
e renasceres brilho à luz do olho que te guardou à espera,
lembrarás, em aflição, do não desaforado que prometeste e aí saberás, em um afago, não é o que não querias, é o que tinha de ser.
WAndrade – 21/04/2013