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E sabe por que? Porque...
podem todas as rosas estar abertas e até Versailles estar em festa.
Pode o riso adornar o que se entende. Entende-se.
Pode a palavra enfeitar o fastio, que para isso (também) é regra.
Pode o prazer desembrulhar-se em pequenas bolhas...
pilhérias da vida…
pode o vôo ser maior que a asa.
Tudo pode…até a saudade ser mais forte que o silêncio.
Contra isso nada pode!
WAndrade-15/11/2014
Não sou perfeita... às vezes, penso que falo grego, penso em sânscrito e amo em galês.
Mas aceito outro copo, outro trago.
Não sou perfeita...tenho dias maus, bad days, I have…
e um inglês sofrível, como a alma vezes sem conta.
É que, para mim, o amor tem que ser explícito, o dito faz diferença,
o amor vive de palavras, sim, de admiração e de exclusividade.
O ser amado precisa saber que é especial, que é ouro,
que difere dos outros porque é único.
É, talvez eu dê demasiada importância a essa coisa de amar...
coisa de poeta, de compositor.
Mas, por minha conta, não sou perfeita...
não aceito outro corpo...
WAndrade, PT - 26/10/2006
*A pessoa vê uma foto minha e comenta que ficou satisfeita com o meu semblante "feliz".
Então, tá, obrigada!
WAndrade-06/11/2014
Daqui ainda vejo o mar, acredita.
E acredita também que, neste momento, é impossível
não lembrar teus olhos, os infantes de mel, como
querias, quando te fosses embora.
Que eu nunca mais pudesse abrir a janela.
WAndrade - 29/10/2014
Deita, amor meu, deita.
Deita que esta cidade quieta, de mim repleta,
espreita, zelosa, teu sono vazio.
Deita, amor da minha vida, descansa, aqui não te
alcança maleita malsã ou qualquer desvio.
Sossega sem pressa tua alma inquieta,
hoje discreta de sonhos e em eterno fastio.
Aqui a guarda é somente aos teus sossegos, nada te obriga,
a nada te obrigas, vem.
E apenas deita, minha vida, desliza, que há muito preciso
desta doce cantiga do teu ressonar.
WAndrade – 28/09/2014
Tinha dia que até nem pensava, mas no outro…
o pensamento, de implicância, acendia o pavio das lembranças
e houvessem miolos!
Era um tanto daquele perfume que vinha não sabia de onde,
o nome aparecia do nada, nas notícias, no chamado de alguém na rua,
abria uma gaveta e lá estava uma camisa perdida que nem dera conta,
tocava o telefone e rezava que fosse, que fosse…
Tinha pressentimentos, até a voz ouvia, do nada.
Aquilo tudo explodia-lhe no peito que não havia o que fizesse passar,
mas tinha dia em que nem lembrava.
Hoje não foi um desses...
WAndrade – 25/09/2014
nem seria...
Mas esteve todo o tempo aqui, por aqui tudo. Era a simples questão de ver.
Sem ressábios, na certeza de que a chegada seria sempre bem-vinda.
Era um tantinho de procurar e pronto, o beijo guardado em folhas de
alfazema, o abraço prontinho e silencioso, que assim apraz.
E paz, semeada em terras de solidão, brotada mansa, como agora precisa.
E mãos de abrigo que brincam de esperança,
sem pressa, borboletas assanhadas, mas nada de assustar,
que o momento é de remanso.
E tem carinho, tem cuidados, tem sorrisos, incensos, lavandas
e mais o que a saudade ensinou a guardar com zelo.
Esteve todo o tempo aqui, por aqui tudo. Era simples questão de vir.
WAndrade – 27/09/2014
ainda é...
Há muito tempo que aprendera a decifrar aquele imenso silêncio.
Era o último aviso!
Era assim que desvelava o que já ruíra lá dentro, dentro do peito.
Era assim que sempre começava uma nova história.
Sabia bem que em tal quietude já ardiam vontades outras,
nenhuma astúcia seria renovada , qualquer tentativa
de amparo era escusada,
toda malícia estava agora esgotada…
É, aprendera a decifrar aquele imenso silêncio,
o silêncio só se entrega a quem ele sabe que o vai traduzir.
WAndrade – 20/04/2013
Ah, não…não digas nem penses o que, fatalmente,
te queimará a língua inexata e a alma malsã de hoje.
“Não quero… nunca mais… nem que fosse o último ser humano sobre a terra…Deus me livre!”
Afasta do pensamento, agora amargo, tais impropérios
que só machucam a quem os proferem.
Quando esta manhã espalhar em ti de novo o viço deste sol
que desdenhaste; amanhã, quando teu coração arrebatado outra vez,
aquietar-se, aos poucos, do momento do amor
e renasceres brilho à luz do olho que te guardou à espera,
lembrarás, em aflição, do não desaforado que prometeste e aí saberás, em um afago, não é o que não querias, é o que tinha de ser.
WAndrade – 21/04/2013
Ao contrário do que transparece, o silêncio prudente e o descaso compelido
enfatizam o que já passa das bordas do esconderijo imposto e malgrado.
Fazer de conta é para quem aguenta o abalo, ainda que de dentes serrados.
Guardar a vontade no baú das esquecências
é para quem sabe de cor e salteado o soletrar do nunca mais
e nunca mais só faz sentido quando não é forjado no orgulho
mas sim construído de certezas.
WAndrade – 15/04/2013