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Olá, amigos do Inferno! Terminado o estágio, hora de arrumações.
Dentro e fora do peito. Muito papel no lixo, fotos, roupas
(essas doadas), muita coisa antiga, que só trazia lembranças dolorosas de falsidades.
Mas, numa dessas oportunidades, encontrei esta letra que fiz em 1998. Tornou-se uma valsa muito bonita que, prometo, ainda hei de mostrar aqui.
Por ora, ficam os versos... as tintas.
Hoje, quando faço versos,
choro tinta no papel,
nem de longe o menestrel,
nem se assanha o instrumento.
Hoje, quando faço versos,
sou despejo de má água
e nas linhas só deságua
uma forma rascunhada de emoção.
Hoje, quando faço versos,
são meus olhos de um vazio...
nem calor, nem calafrio,
bordo e risco arremedos de ilusão.
Hoje, quando faço versos,
é a emenda de um soneto do amor demais,
faço prosa a minha troça por amar demais,
cansei!
WAndrade - 14/03/1998
É uma valsa.
O que leva e traz… leva e traz, invariavelmente.
O vento que lá ventou, aqui é conforme.
Sopra suas alcovitices, infla os balões da mexeriquice e traz
ais e uis de risadas, deboches, ironias e um qualquer anúncio,
à risota, sobre caras, vincos e assins.
Assim, para descanso da alma e branquejar do avalio próprio,
quer dizer, do carácter, é imperioso entender que não se leva
para a vida aquilo que vem amasiado com os copos.
De sempre em sempre, sempre tantos, faz-se papel de tolo,
lá, aqui, onde quer que cante ou conte o vento.
Ou o que leva e traz.
WAndrade – 25/01/2015
Daqui ainda vejo o mar, acredita.
E acredita também que, neste momento, é impossível
não lembrar teus olhos, os infantes de mel, como
querias, quando te fosses embora.
Que eu nunca mais pudesse abrir a janela.
WAndrade - 29/10/2014
Deita, amor meu, deita.
Deita que esta cidade quieta, de mim repleta,
espreita, zelosa, teu sono vazio.
Deita, amor da minha vida, descansa, aqui não te
alcança maleita malsã ou qualquer desvio.
Sossega sem pressa tua alma inquieta,
hoje discreta de sonhos e em eterno fastio.
Aqui a guarda é somente aos teus sossegos, nada te obriga,
a nada te obrigas, vem.
E apenas deita, minha vida, desliza, que há muito preciso
desta doce cantiga do teu ressonar.
WAndrade – 28/09/2014