"É que eu jamais seria capaz de matar alguém e não sei o que mais...e..."
E diria minha prima: "- seria sim...dependendo da situação, seria sim"...
Ok, situação:
O ser humano acorda, depois de uma noite super, abre as janelas, e tá lá aquele solão, maravilhoso, dia lindo, e parte para o domingão.
Caminhada no parque, Nívea toda satisfeita, de rabinho arrebitado (não sei quem gosta mais de sol, ela ou eu), quando aparece um amigo dela...aff, um meliante que atende pelo nome de "Capuccino" e que mostrou-lhe, há um tempo atrás todas as "delícias" cá do parque São Matheus, incluindo o pequeno córrego que por ali passa.
Sendo que não estamos em alturas de chuvas, temos noites úmidas, mas neca de chuva, conclui-se que o córrego encontra-se quase, eu disse quase seco, coberto por uma relevante camada de...de...lama (porra!), local onde o filha da puta do Capuccino se lembrou de leva a danada da Nívea a passear. Entraram, pois, os dois e eu não dei por isso. Aliás só vi quando uma coisa completamente preta e pisganhenta saiu por detrás das flores. Aquela coisa era "The Nívea", totalmente enlameada e feliz.
Sim, minha prima, eu seria capaz de matar alguém.
Situação:
O ser humano aí de cima, depois de dar banho na coisa pisganhenta e enlameada, merecia um fino geladinho, daqueles de doer os dentes, certo?
Certo. Entrei no café, dia lindo, tal, tal,tal, e pedi o tal fino. Entre cumprimentar o dono, meu amigo, e pedir o fino, ouvi um som (?). Que maravilha! Era uma coisa estridente, alta, esganiçada, e......constante. Pelo que pude perceber, o "som" referia-se ao desejo de um ser minúsculo (como consegue?) por um gelado, que o desgraçado do pai, ou algoz, sei lá, não queria providenciar. E o som foi aumentando, justo à minha beira, aumentando, e o gelado não vinha; veio o meu fino, que neste momento já havia perdido toda a graça e sabor, e mais uma vez...