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Um dia podia contar-te... detalhes dessa estória.
Um dia...
Porém, não gosto nada da ideia de macular a tua doce alma,
teu coração fresco de sentimentos genuínos e abrangentes.
Não merecias saber que tudo aquilo que (ouves) ouviste durante anos,
não passa de um enganbelo traiçoeiro, sob véus malfazejos que entornam
a alma frágil e desajeitada, que traça apenas vôos mirrados, corrompida
por outra, desvalida e vã.
São tempos de calar para não te sujeitar a tamanho desengano, não mereces.
Tramas estranhas exibem um estar bem que há muito se sabe roçado,
ranço na raíz. Firulas desguarnecidas de qualquer, qualquer verdade,
buscam inventar o que è morto, nato morto.
O orgulho, amo fartado desta triste fantasia, enlaça as pobres alegorias que
a ti são apresentadas como verazes galhardias e mascara o que por si só é fachada.
Por ora nada direi, meu afeto por ti é grande demais, meu respeito por tudo
o que construímos, maior ainda.
Mas um dia saberás a verdade e, se calhar, não por mim.
WAndrade - 14/10/2013
Ora bem!!!! Sim, senhor!!!
Após tão benfazejas e visionárias, acabam-se as férias e vemos,
com o entusiasmo de um robalo frito, a reabertura do… “congresso”
que, aspirante a sucessos flauteados, “esbalda-se” na dinastia acochambrada.
Óh convívio exuberante inculcado de gargalhos, piseiro de achincalhos em
demonstrações inócuas de “galhardias”!
Veremos outra vez estender-se a balda no reduzido palco,
o lupanar de garbo pretendido que, como já se sabe,
é tão desprovido de qualquer essência nobre ou meritória.
Pois bem, vamos a isso, no mínimo, desfrutaremos, na troça, claro,
dos risos espalhafatosos e desprivilegiados,
das “arfâncias” excorgitadas, dos "plangores" chamativos e gorados
(como sempre), encruados nestas almas cruas e seus instintos velhacos.
Wandrade - 19/09/2013
Queria escrever algo que fosse definitivo, reto e que não deixasse dúvidas,
porque nem tudo o que parece é ou parece ser.
Às vezes é preciso fintar a realidade para chamar a atenção daquilo
que é sonho, é preciso não dizer para ser compreendido,
é preciso enganar para ser observado.
E porque nem sempre se pode e nem sempre se perde, há que ir levando
em jeito de aceitação aquilo que o coração abafou mas não conseguiu calar.
Fui clara?
WAndrade – 10/08/2013
Não receies querida, não é assim que me ponho à prova.
Meus próprios ensaios resguardo num cavo esquecido de mim,
não vá a tentação esgueirar-se por uma fresta qualquer que não poli,
e, sem dó, trazer-me desprevenida à tona, dando lume aos meus descobertos.
Não são minhas as sinas que descortino nesta senda, ou não só.
São as vidas que colho num ouvir mais atentado,
os silêncios que imploram liberdade, as veladas verdades que anseiam
ousadias e veemências. Quem sou eu?
Eu apenas reflito o palavrório dos passantes e não me tiro da cartola assim tão fácil. Não mais.
Não receies querida.
WAndrade – 15/04/2013
Desculpe, mas acho que não me fiz entender.
Não pedi opinião nem ajuda nem apoio.
Vivo, com vivo comigo e a mim me basto...aliás, mentira
Vivo, com vivo comigo e com este amor, que a mim me basta,
me alegra, me assusta, me susta às vezes, dá-me asas, lágrimas
sorrisos e loucura.
Vivemos aqui pelas dobraduras das ruas, no céu, no mar,
nos caminhos meus, nos cantos da casa de flores e mirra no ar.
Mas insisto, a mais ninguém interessa meu tortuoso ou meu justo,
não mais, não agora que, a penas de seixo,
desdobrei meus silêncios, olhares e algum naco inquieto de paz.
Esse direito dou aos poucos, a poucos, muito poucos.
Eu comigo me dano ou me entendo, comigo e com este amor sobrevivo.
WAndrade - 25/07/2013
Meu amigo poeta, Velto Silva, de quem tenho um poema aqui,
disse outro dia que eu era uma "encantadora de almas".
Um carinho que agora retribuo.
Chamaste-me encantadora de almas?
Não, meu caro parceiro, nem por isso.
Apenas não me furto a olhar de frente para o que de frente está e não só,
Erma em mim, aprendi que falar é fácil e querer mostrar é ardil danoso,
aparentar é cadafalso, dissimular é fraqueza, esconder é grito,
silenciar é teia.
O vento atravessa-me notícias, olhares e vagares e, assim, vou desvendando
almas latejantes, distantes de serem calma.
Encantadora de almas?
Não, traduzo apenas os sentimentos soslaios e tristes
que alguém esquece vez por outra em mim.
WAndrade – 06/05/2013
A questão não foi a festa fora d’horas
Ou as companhias repentinas e já tão íntimas…
Também nem foi o suposto colóquio arfante
para mostrar vitórias e que tudo já passou…
A questão foi o olho embaçado ao bater no meu
Tentaste mostrar supremacia, vi saudades
Aparentavas frieza mas tremias, ah, tremias
Quiseste armar-me uma cilada? Tempo perdido,
criança, não sabes ainda armadilhar
Mas uma coisa sabes, no fundo da alma, sabes
Ninguém nunca te vai levar onde só eu consegui…
Continua a tentar.
Wania Andrade – 09/05/2013
Saber que aquilo que ronda o dia-a-dia é espuma rala,
só resvala, mas vá lá…
Viver noites repletas de insignificantes texturas,
onde a teimosia agora débil tateia indefesa e
num "dá para o gasto" desconfortável,
que o orgulho agora roto aceita cabisbaixo.
Tragar as soluções dos magos na finta
de envergar o que ansiou sucesso e, assim,
esparramar na cama áurea a imensidão… dos solitários.
Ah sim, é paz!
WAndrade – 15/04/2013
Agora sim!
Voar acima do impossível, rasantes, levantes, pairantes…tudo seu!
Tudo é do melhor porvir, tudo ousa, tudo solto, tão largo é o horizonte! Ah, agora sim!
Distraiu-se no devaneio. Levou com um vento estragado pela quina, nem percebeu…
só deu conta quando o amarrilho já era irreversível.
E agora…
WAndrade - 05/03/2013
O luar tomou nos braços a estrada como um amante ciumento
O tempo parou, parecia…nem vento!
Só aquele silêncio manso de amor que espera.
Ali a moça surgiu quase como do nada, surgiu apenas.
Leve, dançou sob o luar sem dar conta do que fosse,
apenas gingou seu bailado de rainha.
Nas sombras daquela luz, a curvatura do corpo fino ficava ainda mais envolvente,
quase como um carvão sobre papel, só um vulto, somente…
esvoaçava-se faceira, cortejando a madrugada tão sua,
dona que era da noite, nascia e bailava, furtiva… na lua.
WAndrade - 05/02/2013