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Tirei o dia para cuidar dela.
Cortei-lhe os cabelos curtinhos como ela gosta,
raiei-os de amarelo, tirinhas de sol, como ela chama (não sei onde arruma essas expressões).
Arranjei-lhes as unhas, adorou o creme de mãos.
Na banheira, banho de lavanda e hortelã, mistura inventada por ela,
aliás, como todas as maluqueiras.
Almoço de bacalhau, que há tanto já pedia.
Fiz. Com natas, coentro – ai, que combinação - e carinho.
Tratei-lhe dos pés, cócegas, diversão e aninho.
Depois, vesti-a de azul, não gosta mas fez-me a vontade, e fomos ao sol.
Brando passeio nos jardins da praça quieta, ela travessa,
eu, um caminho sem pressa.
Mais tarde, deitei-a exausta do dia de mimos, embalei seu cansaço junto ao peluche marinho e, de olhos fechados, percebi que a menina que hoje acolhi e fartei de encantos, esperava por mim em meus olhos,
me cuidando nos meus atarantos.
WAndrade – 01/03/2013