google-site-verification: google10c0e84895c1ca43.html
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Operei.
Correu tudo tão bem que só agradeço, agradeço, agradeço…
Mas, como não podia deixar de ser, teve seus momentos.
Claaaro que eu cheguei muito cedo, muito antes até do que as senhoras da limpeza, claro que o hospital ainda estava fechado, claro que eu estava em pânico e claro que eu achava que ninguém estava a perceber isso.
Ok, bloco operatório, um agradecimento enorme às senhoras enfermeiras Ana e Carolina, pelo carinho, atenção e a mão na hora da anestesia, que aliás…doeu. Dr. Fernades Costa, alegre, bem disposto e perfeito em seu ofício, gratíssima! Dr. Mario Pires, anestesista, meu respeito e gratidão, sua conversa boa, alegre e interessante sobre tantas coisas, entendeu que toda aquela minha “tranquilidade” era apenas um enorme cagaço!
Dito isto, vamos à coisa. Eu, toda Hoʻoponopono*, tentava, em vão, uma auto-hipnose que resultou apenas numa enorme risada do Dr. Mario. A cirurgia em si durou quarenta minutos, se tanto, mas para mim foram dois séculos. Ainda zoada pelo calmante fui para o quarto sem saber se era domingo ou Natal.
No mais, um ligeiro desconforto ainda, recuperação perfeita, nem cicatriz. Como sempre.
WAndrade – 29/08/2015
*Hooponopono é um dos métodos de auto cura mais efectivos que existe.
Gostava era daquele sorriso, aquele do cantinho da boca que puxava a bochecha levemente para cima. Um riso leve, que nada tinha de mais… nada, era apenas leve, sorriso de quem estava solto e a gozar de boa saúde. Riso de quem via e…só…ria. Agora era momento de rir, em paz, em casa, consigo. Entendeu de ser feliz assim, sem precisar do que fosse, apenas sorrir. Por vezes até uma compaixão aparecia para lembrar-lhe das mascarezas que a vida empresta aos oblíquos, mas era coisa passageira, logo o sorriso vinha em seu socorro, leve e atencioso.
E se ria. E mais ainda diante do espanto da moça, quando respondeu, à pergunta quase aflita, que estava óptima.
WAndrade – 29/08/2015
Para encurtar o assunto, eu vivo numa cidade pequena, numa rua mais pequena ainda, que tem casas (e principalmente janelas) nas duas calçadas. Dito isto, do outro lado da rua há um prédio muitíssimo degradado que foi restaurado e um dos novos moradores, um miúdo até muito giro, mudou-se com a namorada. Política de boa vizinhança, bom dia para lá, boa tarde para cá, enfim….
Sei que a moça desapareceu e eu continuei com o meu bom dia para lá, boa tarde para cá, mas reparei que o moço sempre que me cumprimenta sorri encabulado. Claaaro que eu sabia que não era pelos meus cabelos loiros (apostava mais nos meus olhos, isso sim).
Até que uma noite dessas, saí do banho enrolada na toalha e me fui vestir no quarto. Reparei que havia uma luz acesa no prédio dele. Não. Havia uma luz acesa na casa de banho dele.
Que, aliás, fica exactamente em frente ao meu quarto.
WAndrade – 04/08/2015
Ei, olha, nem te dês ao trabalho de responder.
Não espero (e nem preciso) respostas, apenas vou em frente, em paz.
Aliás, só perguntei por uma questão de educação,
sei bem como é difícil passar por alguma situação
menos boa e não ter uma santa alma que nos pergunte
se está tudo bem ou se precisamos de algo, um copo-d’água,
um “38”*, sei lá…
E mais, eu percebo certinho quem parelha com quem e porque,
escusas de te preocupar.
Por falar nisso, eu estou bem, grata por não perguntar.
Aliás, foi exactamente isso que me deu tamanha força,
minha quase invencibilidade na vida.
Foi não ter quem me segurasse a mão na hora do trambolhão.
Sabe o que mais? Levantar com minhas próprias pernas foi o máximo,
só tenho mesmo a agradecer.
Precisando é só ligar.
*arma de calibre 38 (revolver)
Ah, já agora, não tenho ido à capital e não, não fui ao concerto da cantora,
se é isso que querias saber… ou contar…e também não pretendo ir á terra
WAndrade – 03/08/2015
Ora bem, e eu que falei tanto sobre portas fechadas, dou a mão á palmatória.
Pronto, estou a fechar algumas. É assim mesmo, sou capricórnio,
demoro, pondero, penso e peso.
E quando vazo não fuloro mais.
Tenha trinta e cinco anos ou cinco meses, não me serve o que
sincero não seja, amizades ou amores (?).
Do que é obrigação não me desmando, pois juras ao alto não
se desencantam, mas de resto estou limpando a área, passando o rodo.
É uma questão de valor (eu não disse valores...).
Minha, de mim para mim mesma. O valor que eu me dou a mim
é muito para ser desservido pela mentira, pela falta de carácter,
pelo engodo e pela falsidade.
Peguei pesado? Pois peguei, é meu valor, meu espelho
não espera outra coisa de mim. O orgulho de saber que
me respeito total e profundamente, a ponto de tirar
da minha vida absolutamente tudo aquilo que
não a faça completamente feliz.
Sem chances e sem chaves.
WAndrade – 05/08/2015
E no final diz-me a dona: “descansa com o tempo, te adona de ti,
silente, sê em paz tudo aquilo que mandar o teu coração…
teu renascido coração”!
Quem hoje me recebe neste abraço de contente, esteve em mim toda
a vida, mesmo quando revolta e tristeza tiraram-me
o viço, a calma, as certezas.
E apesar de seu muxoxo breve, encantou-se de alegria ao ver a sua
“menina”, finalmente encaminhada, que bons caminhos se buscam
nas pedras, nas águas, na terra, onde quer que se pise com fé.
A alva vestimenta que hoje me ampara leve o corpo também me cobre
a alma, eu tatuada em mim, a branco, inteira e mansa…
...quase.
Que marmotagem, hein? Ah, pois é!!!!!
WAndrade - 02/07/2015