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"O tempo não pára no porto,

não apita na curva, não espera ninguém."*

* O Tempo - Reginaldo Bessa

Deixaste
o papel que enfeitava a prenda,
o maço de tabaco vazio... a mim...
plena demais, de mais. Óbvio? Nem por isso!
...o teu sorriso, quando abri a porta,
o teu olhar, quando agarrei-te nas mãos e te trouxe p mim,
o teu perfume n’almofada e na toalha... depois,
…a camisa aberta…tua dança, Deus, a tua dança!!! O chapéu…ficas bem à cor da pele, e eu, à flor da pele, louca...com um tesão! É... mesmo assim, sem poesia, nada de pudor, vergonha ou medo. Como jamais pensaria ou jamais soube que pudesse…completamente fora de mim...em ti...
(O que em mim fizeste??? O que “fomos” n' aquilo??? As tuas mãos, ai, as tuas mãos! Meus tremores todos nasceram das tuas mãos em meus recônditos, desconhecidos até mesmo por mim. Quantas mãos é que tens, afinal??)
…a tua intensidade...doce...intenso...doce intenso doce intenso doce intenso...onda onda onda...
(Quantas vezes insana em teu corpo? Não saberia dizer, nem muito interessa...eras tu!)

Depois, aninhei-me em teu silêncio ofegante, como quem reza.
Não falaste, calei-me colada a teu abraço,
foste-te e, ainda assim, permaneces no cheiro que deixaste nas minhas lembranças...
e nas rosas brancas...          

WAndrade - 08/2011

"o que os olhos não vêem...o coração sente uma falta!"

WAndrade - 04/02/2013

Mas eu não digo que é um infeeerrrno!

Minha amiga querida, Rebecca, fez umas fotos lindas, minhas, nossas, num almoço com muito papo, cerveja e violão. Postou no tal do facebook, ficou lindo e...... zapareceu tudim.

Como eu digo numa canção minha, "quem não tem bubum não faz trato com seringa". É não?

Ser e ter

Não quero ter, eu quero ser...
Ser para poder ter.
Ser eu mesmo, ser você, ser a vida.
Ser o vinho, ser este linho.
A minha alma em tua alma
formamos um par...
um par para ser,
um par para ter.
temos um ao outro,
somos dois em um.
Precisamos ser, ter e crescer.
Ser ser humano, humano ser...
isso sim precisamos ser,
ser a verdade verdadeira,
ser o assoalho, ser a madeira...
ser o fel, depois o mel,
assim seremos... Assim teremos os céus.

Velto Silva - 4/02/2013 -                                                                                                http://www.facebook.com/PoemasECronicas

Agora tinha a cabeça leve.

O mar levava, aos poucos e sempre mais, aquilo que comprimia a alma e desgovernava o (des) caminho. Feito vinho.

Assentados desesperos, desvarios e negrumes, podia agora olhar em volta com vista miúda, detalhando céus e terras, desvelando véus sombrios… ria já com passarinhos, passeava seus divagares inapressadamente, ao sentir os pés molhados afundados na areia fria...criança...

Apacientado o coração, fôra-se a urgência do amor ausente, deixando apenas a calma certeza do que é sabido e bem-vindo.

Tinha tanto de paz nesse momento que outro pensamento era escusado.

O que um dia fora dor era agora “calmario” (calma de rio, no caso de mar), o que fora desatino quase, quase que passou. Como passam os arrepios.

Tinha-se de volta e isso ninguém nunca mais lhe tiraria.

WAndrade - 04/01/2013