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Pesquisa e Arquivos [2] Antes de voltar à saga "kit-kort WanWan", divido com quem quiser essa maravilha q recebi. Claro q chorei muito, é tudo por q passei, mas creio q ainda verei q valeram todas as penas...quero mesmo crer nisso! "Vende-se Tudo - Martha Medeiros No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que estava vendendo tudo o que ela tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos. Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que torna-se cada vez Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde... Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza.. Então vou começar falando q teria mesmo muito a fazer no caso do erro sério, mas penso q tudo tem um motivo de ser. Não cheguei a contar e vou apenas pincelar. Já passou... No tal melhor hospital, aquele em o Sr. Dr. perguntou se eu "preferia " tirar a mama toda ou apenas um pedaço...aquele em q eu ia fazer quimioterápia (conforme explicou a "srª não sei quê errrrpaanôla"), aquele dos 438 exames de metástases q fiz e onde dizia q eu tinha um tumor de 3,6cm na mama direita e mais um................enfim, lembram disso, não é?? Óquêi! Inferno dos meus tantos ais, já fiz a cirurgia, em outro hospital, com uma médica fabulástica, das boas inspirações do Deus, sacam? Primeira consulta com ela, primeira pergunta dela p mim: "Wania, o que é q vc quer?" Minha resposta: "quero meu corpo inteiro. E ela, agora vamos começar o seu exame. "Examina, mulata, examina! Examina, tô examinando" Não dá, Wania, com esses resultados, temos q tirar a mama toda. Acho q a partir daí, quem acompanha o inferno já lembra, q eu ia tirar a mama e o caralho (gente, isso ficou engraçado, eu não ia, claro, tirar o caralho...risos) aquele chororô todo, cirurgia total marcada, aquela porra toda... O q vcs não sabem é q ela, minha médica (quem tem competência e responsabilidade é outro departamento), solicitou as primeiras mamografias e radiografias feitas para poder organizar a cirurgia. Quando estas chegaram, SURPRESA!!!!!!!!! O nódulo NÃO tinha 3,6cm e sim 1,9cm. Galera, a casa caiu! Ela ficou passada, eu fiquei com cara de "sambambaia de prásco", até pq entendo de máquina e não de gente, lembram? (Eu trabalho com computadores). Um auê! Ela, dignidade é o tom, não quis abrir a boca em relação ao colega q fez as mamografias e teve q mudar toda a engrenagem da minha cirurgia. Resultado, não precisei retirar toda a mama, e ainda fiz a histerectomia que tanto precisava, tudo no mesmo "kit e kort - WanWan" . Da cirurgia só lembro de o teto sumir... WAndrade - 08/2009 Eu sei, eu sei, sensibilidade é para poucos privilegiados, ô! Aqueles que percebem de longe a delicadeza de… uma carteira recheada e como usá-la à larga. Lindo momento!
Para WanWan, com amor!
O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe, ao meu lado, comentou:
- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.
- Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida.
apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e
por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo o que compõe uma casa.
Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho e esperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante.
Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas. Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu, mais sem alma.
último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou
esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros..
aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Nunca mais me apeguei
a nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por
coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar.
mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa
o tempo que estiveram presentes na minha vida... Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha 2 anos de idade.. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio.
Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que
não tínhamos nem uma xícara em casa.
.... só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir "Autoria e outros dados (tags, etc)
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