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Pesquisa e Arquivos [2] Um dia você vai ter que parar de ignorar o óbvio. Um dia você vai ter que olhar para esses olhos e ver-lhes a tristeza, as rugas, o baço que eles lhe devolvem. Vai ter que parar de fingir que era isso e olhar à sua volta, o caos. Um dia você vai ter que parar e ouvir o seu amigo. Vai ter que encarar o deserto que é a sua alma. E perceber o que o seu medo fez com o que era bom em você. Vai ter que abrir as suas janelas e ver o seu próprio horizonte, aquele que você desejou. Um dia você vai ter que parar de rezar este credo que mais lhe assombra e inquieta. Vai ter que parar de abrir mão, parar de disfarçar alegrias, parar. Parar! Um dia você vai ter que parar naquela rua. WAndrade A tua alma boa não permite, ainda bem, que percebas os meandros abandonados dos corações que são tristes mas não o admitem. A coisa toda é muito simples, ontem eu acordei com saudades tuas, preocupada, sem saber bem porquê (depois o soube). O que eu fiz? Te procurei, mandei mensagem, liguei e conversamos (uma conversa de afectos e carinhos e muito riso, como sempre). É isso, quem se preocupa, procura, simples assim. Rotas palavras de impressionar são apenas o que são, não valem o dízimo; descartáveis, deixam apenas um rasto…de sombra. A mesma que escolta o abatido caminhar de agora. Não o sabes, é claro, pois há quem sorva o orgulho como a uma sopinha farta e quente num dia de frio e chuva forte. Há quem encapote os próprios desassossegos, oferecendo silêncio e dessaber, acreditando doer menos. Há aqueles que acreditam que o amanhã só chega para os outros. A arrogância dos desabitados. Impressão nem de longe errada. Já era esperado. WAndrade – 17/10/2014 E o Inferno ultrapassou os 12.000 amigos. Agradeço a todos, a quem vem às vezes, a quem vem todos os dias, a quem vem conferir se há coisas novas, aos que se revêem nas escritas, nas poesias, nos cartoons, àqueles que comentam, aos que conversam comigo por email, aos que já tornaram-se amigos, “sócios” do blog. Continuo a dizer, TODOS são bem-vindos, o Inferno não é só meu, confirmo isso a cada nova partilha. Aquilo que escrevo não é apenas a minha vivência, mas a de muitos de vocês e é isso que mais faz sentido para mim, é isso que me faz continuar. Não conto com milhões, conto com quem sente e isso, graças a Deus, há muito por aqui neste canto tão meu. Só para lembrar, há uma caixa geral de comentários na coluna da direita e os comentários nos posts estão liberados (para os anónimos de plantão…rs). Há também uma caixa de procura por tags (são mais de 1.000) e por posts. Estão à vontade, o Inferno é livre para quem quiser interagir. No mais, um abraço apertado, um grande muito obrigada e um imenso bem-hajam, Wania Andrade Tinha tudo o que queria, tudo tinha, plata, salientes e borbulhanjas, tinha mesmo, mesmo tudo… então porque é que, de uns tempos para cá, tinha que ir buscar o pensamento, pela gola, longe, lá longe? WAndrade – 01/03/2014 Um dia destes de frio, de vento e chuva, roubo-te outra vez só para mim. Teu cheiro-sândalo, o gosto-pimenta, a pele-cetim e mais, o mais… pois cada detalhe de ti vale o risco, a reprimenda. Sentir-te um'outra vez - que seja a última - vale o viver da vida. WAndrade – 01/03/2014 E assim seguia, pousando as novas lembranças por cima das que mais queria, a ver se habitava a alma e o coração se lhe desdoía. WAndrade – 25/02/2014 E então recebo, num email emocionado, esta linda resposta do meu primo: "COISAS DE PRIMA Fazes-me chorar... Desafiando a armadura que ardia e não sangrava. Fazes-me chorar... Porque sabes da pureza do que é guardado. Porra! Fazes-me chorar! By Pirulito. (Vanderson Souza – 13/02/2104)" Sem os óculos, mal viu o número no telefone, atendeu e, do outro lado, alguém perguntou pelo passado. Sem hesitar e com voz firme respondeu, não, não é, deve-se ter enganado . A pessoa agradeceu e desligou. Desligou também. Só passados alguns segundos percebeu que o coração permanecia comportado, que as mãos ocupadas, assim continuavam, sem tremer. Reparou que nem tinha parado o afazer e que pousou o telefone no lugar de sempre. Levou alguns minutos para atinar o nome que ouvira e que não lhe causou um susto sequer. Só um bom tempo depois é que sentiu os olhos molhados. WAndrade – 04/02/2014 Não. Não quero falar contigo às pressas, como se estivesse a fugir do meu próprio destino. Quero apear-me à tua beira, largar longe as tamancas, deixar soltos coração, alma e pés para poder voar baixinho, quase rente, nas temperanças do teu bem-querer. WAndrade - 08/11/2013
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